Carlos Drummond : painel para Academia do DF |

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Sob o trecho da poesia, simplesmente CDA |
Um painel para Carlos Drummond de Andrade na Academia de Letras do DF
Bem, estava devendo este trabalho musivo ao Drummond. Por ter me
ocupado muitíssimo no ano passado com outras obras, sobretudo com encomendas de painéis com a figura de Juscelino Kubitschek,
cujo centenário ocorreu a 12 de setembro, não tive tempo então para produzir nada que também relembrasse os cem anos de nascimento
do poeta Carlos Drummond de Andrade, transcorrido a 31 de outubro de 2002.
Foi meu velho companheiro de lutas políticas da UnB, José Prates,
quem me proporcionou a oportunidade de também homenagear o querido poeta, ainda que um pouco tardiamente. Ao final de dezembro,
na condição de presidente da Academia de Letras do Distrito Federal, Prates me consultou sobre a possibilidade de um painel,
semelhante aos que fiz para JK, destinado a relembrar Drummond. Evidente que fiquei muito feliz com a lembrança e passei boa
parte do mês de janeiro envolvido com o projeto que agora tenho a satisfação de poder apresentá-lo, antes mesmo de entregar
ao dileto companheiro que o encomendou. Espero poder exibí-lo na Segunda Mostra de Arte Musiva, que participarei na segunda
quinzena de fevereiro ao lado dos companheiros de arte musiva de Brasília (no Conjunto Nacional, de 17 de fevereiro a 8 de
março de 2003). Em seguida, passá-lo-ei às mãos do presidente da Academia.
Homenagear Drummond não é atitude fácil, sobretudo quando ela decorre
de solicitação da Academia, da qual sempre preferiu manter distância. Nunca desejou entrar na Academia Brasileira de Letras,
mas tanto esta quanto todas as congêneres brasileiras, de todos os estados e municípíos e do Distrito Federal, hão de se curvar
à necessidade moral imperiosa de homenageá-lo, como o príncipe dos poetas brasileiros.
Por isso, acho a iniciativa generosa, sobretudo por dar oportunidade
de poder associar-me à preservação nacional da memória de seu poeta maior. Escolhi um trecho conhecido de seu trabalho,
aquele que diz "Vai, Carlos, ser gauche na vida"... E me limitei àquele pedaço delicioso "Mundo mundo /vasto mundo,/ mais
vasto é o meu coração", capaz de sintetizar muita coisa no espaço escrito com as pedras. O painel tem 1.80 cm x 0,80 cm e
é todo em tesselas de mármores e granitos.
Gougon, 07 de fevereiro de 2003
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