Reprodução livre de O grito, de Edward Münch |
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Obra de Marivoni Ribeiro, mosaicista de talento e argúcia |
O refinamento define a obra de Margarete Medeiros |
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Obra delicada que amplia o uso da arte musiva |
Clarissa Gennari usa o "falso" mosaico |
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É uma espécie de metalinguagem pictórica para falar da arte musiva |
Cida CArvalho é paranaense, recém-chegada ao DF |
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Trouxe para Brasília sua experiência artística em Curitiba |
Otilia Monteiro usa pedras semi-preciosas |
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Uma opção rica e criativa na arte musiva |
Obra do mosaicista/vitralista Cláudio Etcheverry |
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artista de alta quilometragem em Brasília |
obra de André Domiciano |
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Atelier Barromini - Aldeia SOS |
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Nelma Santos é professora |
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Sua arte é rica no capricho e no talento |
Não dá mais para ignorar a arte musiva
Reunidos em torno de uma linguagem artística comum, 14 mosaicistas de Brasília expuseram
o vigor de suas obras na Segunda Mostra de Arte Musiva, instalada dia 17 de fevereiro, na Praça das Artes do Conjunto Nacional,
no segundo piso, em frente à Livraria Siciliano, no segundo andar. A mostra permaneceu até 8 de março com ampla repercussão
na mídia de Brasília.
A arte do mosaico percorre uma trajetória de cinco mil anos, com variações sinóides,
ora de apogeu ora de ocaso. Não tem sido diferente no Brasil, onde, nos anos 50, a técnica musiva foi procurada e usada por
artistas como Portinari, Di Cavalcanti, Clóvis Graciano, Volpi, e, também, pelos "brasilienses" Athos Bulcão e Douglas Marques
de Sá.
Às vésperas de se transferir para Brasília, Athos produzia painéis em vidrotil para edifícios
no Rio de Janeiro. Uma de suas obras, na Rua Bolívar, em Copacabana, de 1957, abre o leque de produções exibido recentemente
pelo Centro Cultural do Banco do Brasil. Já Douglas Marques de Sá tem uma história trágica para contar a respeito do painel
musivo que construiu no Aeroporto de Belém do Pará, pouco antes do golpe militar. Depois de completada a obra, um coronel
aviador mandou derrubá-la, ofendido pela temática social escolhida pelo artista.
O mosaico é uma linguagem artística como outra qualquer, com seus segredos e truques.
Tanto pode ser usada por artistas tradicionalistas, como por vanguardistas. Em Brazlândia, Galeno recorreu às pedras portuguesas
para realizar uma belíssima obra pavimental numa praça pública da cidade. No Rio de Janeiro, o artista contemporâneo Waltércio
Caldas entendeu que as calçadas são uma espécie de pele da cidade e realizou uma obra conceitual à frente do Museu de Arte
Moderna, na Avenida Beira-mar, fazendo esta "pele", em pedra portuguesa, subir em direção ao céu, seguindo o processo de verticalização
da cidade (1996, Escultura para o Rio).
Em Brasília não é diferente. Aqui, a artista plástica Tomie Ohtake trouxe para o pórtico
do andar térreo do prédio que abriga a construtora Paulo Octávio (Ed. Number One, projeto César Barney) uma obra musiva de
grande plasticidade e beleza. Tomie tem enriquecido a arte nos últimos anos: fez um grande painel em pastilhas de vidrotil
para a séde da CBTC em Uberlândia e para a Estação da Consolação do Metrô Paulista.
Os artistas musivos de Brasília também querem mostrar o que fazem. O grupo é composto
pelo veterano Gougon, que no ano passado espalhou seis painéis de Juscelino Kubitschek pela cidade; pelo artista José Carlos
Menezes, que construiu um espaço cultural dedicado exclusivamente ao estudo, pesquisa e exposição de mosaicos na Vila Planalto
(depois de empreender dois cursos na Itália); pela artista consagrada Marlene Nóbrega, que passou os últimos três anos em
Roma, dedicada ao estudo da arte; por Estela Carmona, pós-graduada em artes plásticas que mostra uma técnica diferente, pintando
em queimando no forno cada uma de suas tesselas cerâmicas; por Otília Monteiro, que escolheu o caminho refinado das pedras
semi-preciosas; Marivoni Ribeiro, que tem ocupado espaço com reprodução de clássicos, como "O grito", de Münch; e Cláudio
Etcheverry, um vitralista cuja obra ganhou nova dimensão a partir do momento em que passou a agregar suas peças para formação
de painéis musivos.
Além desses, também Leila Dias Dória, autora de um mural em ladrilhos para prédios da
SQS 207; as professoras Nelma Santos e Adriana Palumbo, ambas responsáveis pelo encaminhamento de uma geração de novos talentos;
o professor André Barromini, que reparte seus conhecimentos com as crianças na Aldeia SOS; e ainda os artistas Fabiano Lopes,
um talento jovem que desponta com toda força; Margarete Medeiros, que empresta a expressão e técnica a obras delicadas de
natureza morta; Clarissa Gennari, que abre um caminho novo ao exibir "falsos mosaicos"; e Cida Carvalho, autora de um grande
painel musivo com a figura do poeta Paulo Leminski..
Serviço:
Segunda Mostra de Arte Musiva de Brasília
Local: Praça das Artes, segundo piso do Conjunto Nacional
De 17 de fevereiro a 8 de março de 2003
Participantes: André Barromini, Cida Carvalho, Clarissa Gennari, Cláudio Etcheverry,
Estela Carmona, Fabiano Lopes, Gougon, José Carlos Menezes, Leila Dias Dória, Margarete Medeiros, Marivoni Ribeiro, Marlene
Nóbrega, Nelma Santos e Otília Monteiro
informações através do site:
www.segundamostradeartemusiva.hpg.com.br
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