Mosaico contemporâneo de Gougon e outras artes

Um painel em mosaico para o educador Paulo Freire na Esplanada dos Ministérios, em Brasília
Home
Saudades do velho mosaico
Tesselas musivas no espaço escultórico
Novas peças em tesselas de mármores
Aço com tesselas de mármore
Um aparador, o eterno retorno
Mosaico de Portinari no DF
Jogo de Varetas: ferro e pedras
Uma virada na arte contemporânea
Mosaicos pós-contemporâneos
MOSAICOS CONTEMPORÂNEOS EM PARIS
Frida Kahlo: Uma epifania e uma alegoria mexicana
Loucos de Pedra na mídia
Mais intervenções urbanas casando mosaico e poesia
Correio Braziliense publica Mosaico
Poesia e Mosaico nas ruas
Um mosaico para Lúcio Costa
Mais Frida Kahlo
Israel Pinheiro, hematita nas veias
Athos Bulcão para Mercado Municipal de Brasília
Um painel para a UDF
Um mosaico para o Dr. Oscar
Mosaico homenageia Paulo Freire
Um painel abstrato para Imprensa
Calçadas abrem espaço para intervenção
Totens musivos da paz
Mostra Musiva de Brasília
Muitas pedras no caminho de Drummond
Chavarria, um mestre catalão em Brasília
Minha musa judaica
Novos aparadores
Mosaicos de Buenos Aires
A boa arquitetura e o bom mosaico
O mosaicista Athos Bulcão
minhas mulheres
O mosaico espontâneo de Ilana Shafir
Meus painéis de JK na mídia de Brasília
aparadores de parede
Dona Sarah Kubitschek
Bancos de Jardim
Cora Coralina, um painel
Congresso do Mosaico
Posters de mosaicistas estrangeiros

Autoridades cercam o painel no ato de inauguração
paulofreire1.jpg
Diretor geral da Unesco; ministro da Educação, Cristovam Buarque, a viúva de Paulo Freire, Ana Maria

Ministério da Educação inaugura monumento que homenageia o educador Paulo Freire em reconhecimento à atualidade de suas idéias para o desenvolvimento da educação brasileira e da formação da cidadania.

 

Em cerimônia realizada na manhã do dia 12 de dezembro de 2003, o Ministro da Educação, Cristovam Buarque, inaugurou, no jardim defronte ao MEC, um monumento, realizado em mosaicos de mármore e granito, homenageando a figura do educador Paulo Freire, redimindo uma dívida nacional para com um dos maiores pensadores deste país.

Nascido em 1921, em Pernambuco, Freire interessou-se desde muito cedo pelos temas da educação e pelo combate ao analfabetismo, analisando-os de forma meticulosa e revolucionária em seu livro Pedagogia do Oprimido, um estudo clássico das dificuldades das populações deserdadas para alcançar direitos de cidadania e tomar as rédeas de seu destino.

Falecido aos 75 anos de idade, Freire deixou uma obra imensa, reverenciada e admirada em todo o mundo, não apenas entre os países menos desenvolvidos como também nos Estados Unidos, onde seus livros foram traduzidos e tiveram sua importância reconhecida pelos educadores norte-americanos mais destacados.

Embora sua trajetória já o consagrasse no Brasil dos anos 50 pelo caráter revolucionário que imprimia na educação nacional, Freire foi obrigado a deixar o país após o golpe militar de 64. No exterior, sua reputação cresceu ao espalhar as sementes de um novo pensamento educacional e político entre os povos latino-americanos, africanos e europeus.

Ao retornar do exílio, sua obra ganhou novo vigor, sobretudo pela atualização das idéias que defendia frente aos desafios decorrentes da nova ordem internacional. Freire manteve o viço das suas convicções democráticas como resposta aos desafios postos pelos tempos de neoliberalismo e globalização. Seu último livro, Pedagogia da Esperança, renova a convicção nos processos de educação e de leitura capazes de entender e respeitar os universos culturais das populações menos favorecidos.

 

educador3.jpg

Proximidade revela assinaturas
paulofreirefragmento2.jpg
Quase mil assinaturas de adultos recém-alfabetizados

Cerimônia de inauguração

 

Durante a cerimônia de inauguração da obra, o ministro Cristovam Buarque ressaltou a importância de Paulo Freire para o Brasil e, em particular, para o programa de combate ao analfabetismo. Elogiou o monumento, afirmando que, daqui para frente, qualquer turista que chegar a Brasília terá, como alternativa, uma visita até o painel com a figura do educador, além das visitas aos pontos turísticos conhecidos, como a Catedral, o Congresso e a Praça dos Três Poderes.

Presente à cerimônia, a viúva de Paulo Freire, Dona Ana Maria Freire, trouxe a público vários fatos relevantes da vida e da personalidade do educador. Disse que o monumento em sua homenagem teve a felicidade de transcrevê-lo numa figura serena e forte, como ele era.

O monumento que homenageia Paulo Freire foi realizado pelo artista plástico Henrique Gougon, residente em Brasília desde os anos 60, ex-aluno da Uninversidade de Brasília.Todo construído em mosaico de mármores e granitos, abriga quase mil assinaturas de adultos recém-alfabetizados, enviadas de todas as partes do país. Foram reproduzidas com fidelidade através de brocas de dentista que rasgaram a superfície das pedras, abrindo espaços de perfuração e cobertos com tinta automotiva, perenizando a presença das mesmas junto ao educador.

Gougon é autor de outros painéis, retratando personalidades públicas na cidade, sempre com a linguagem das pedras. Na Universidade de Brasília, realizou um memorial em homenagem ao líder estudantil Honestino Guimarães, vítima da ditadura militar. No ano de 2002, realizou sete painéis com a figura do ex-presidente Juscelino Kubitschek, por ocasião do centenário de seu nascimento (para o Sesc-913 sul, para o Jardim Botânico, para o Clube de Imprensa, para o Bar Brasília, para a Biblioteca da 506 sul, para a praça JK na W-3 sul e para o Ciac JK, no Núcleo Bandeirante), e também obras retratando Darcy Ribeiro, a poeta Cora Coralina e a ex-primeira dama Sarah Kubitschek, todos estes para prédios residenciais de Brasília.

O monumento a Paulo Freire tem a forma de um livro em pé. Na lateral que visualiza a lombada do livro, está gravada uma frase de Cristovam Buarque, sintetizando a trajetória do educador: Um homem que viveu para que os outros escrevessem.

O trabalho decorreu de patrocínio da Unesco, que tem amplificado a obra de Paulo Freire através da universalização de sua mensagem junto aos povos de todos os continentes.

 

diretor geral da Unesco, Jorge Werthein, discursa
paulofreire5.jpg
Uma festa para ninguém botar defeito!